Como parar de fumar, conhecendo a dependência
A nicotina chega ao cérebro em nove segundos e alimenta os receptores de células capazes de reconhecê-la. O organismo reage à substância e, com o tempo, acostuma-se a receber cargas freqüentes da droga. E um prazo de um a três meses, a dependência se instala. Depois vem a tolerância, quanto maior a tolerância maior a necessidade da nicotina e a dependência física.
Dependência é a perda do controle sobre o comportamento de uso da droga e a dependência do tabaco é complexa porque envolve a relação entre farmacologia, fatores adquiridos ou condicionados, personalidade e condições sociais.
As ações farmacológicas da nicotina estão nas várias formas de dependência. Os fumantes falam de efeitos positivos, como prazer, estimulação e relaxamento, melhoria da atenção, de reação e do rendimento. O tabagismo também promove alívio em estados emocionais, diminuindo a ansiedade, o estresse, a sensação de fome e controlando os sintomas da abstinência.
A dependência psicológica desempenha papel importante na manutenção do vício e é mais difícil de ser percebida e tratada. O indivíduo fuma por estimulação, principalmente, quando sente a melhora de aspectos físicos.
O uso da droga pode ser ainda resultado de condicionamento, reforçado pelas conseqüências da ação farmacológica. O fumante associa humores, situações ou fatores ambientais aos efeitos da droga. Este fator é importante porque pode acarretar em recaída, após um período de abstinência.
A dependência está relacionada à personalidade e às condições sociais. Pessoas rebeldes e com distúrbios afetivos têm mais chances de serem dependentes. Fatores sociológicos podem determinar o risco e os padrões do abuso de drogas. O uso na família ou entre amigos é um forte motivador e um reforço para o consumo.
O primeiro passo para o sucesso no tratamento do vício é o profissional da saúde não criticar o fumante, nem desaprovar a atitude. A melhor forma de abordar o problema é com compreensão, motivação e sensibilização para os malefícios do cigarro.
O psicólogo tem papel fundamental, pois sabe se que os programas multidisciplinares são os que mais funcionam. Utiliza-se a terapia Cognitiva-comportamental , em 6 ou 8 sessões programadas, e o sucesso deste tratamento, em um ano, tem sido de 60%.
O tratamento basicamente associa o atendimento médico ao psicológico e inclui avaliação do perfil do fumante, detecção dos gatilhos que levam ao cigarro, medicação a base de bupropiona associada ou não ao adesivo de nicotina, acompanhamento semanal da evolução do paciente e a preparação para alta e prevenção de recaída. Este trabalho é realizado em grupos de 5 a 10 pacientes.
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